segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Silêncio da Água e Manuel Estrada

Manuel Estrada, professor, comunicador e pensador, é um dos mais importantes designers gráficos de Espanha. Presidente da Asociación Diseñadores de Madrid (DIMAD), membro do Consejo Superior de Enseñanzas Artísticas de España e presidente executivo do Comité    Assessor da Bienal Iberoamericana de Diseño. Das suas mãos, nasceram inúmeras capas para publicações e edições, cartazes de cinema, logos institucionais e imagens corporativas. Recorde-se a identidade visual e o projecto museográfico do Museo del Traje (Madrid), a imagem do pavilhão espanhol na Expo 2008, o logo dos Prémios Cervantes. Ilustrou O Silêncio da Água e realizou os desenhos das várias capas das edições em castelhano de José Saramago.


Ilustrações de Manuel Estrada para "O silêncio da Água"



O Silêncio da Água e Alcochete

O Silêncio da Água "nasceu" do livro de recordações, As Pequenas Memórias, editado em 2006 e que abrange o período da vida de José Saramago dos quatro aos quinze anos.

No passado ano letivo, esta obra foi trabalhada em algumas turmas do 6º ano da Escola E. B. 2,3 El-Rei D. Manuel I, nas disciplinas de Português e Educação Visual e Tecnológica. 

No final do ano, realizou-se uma exposição na Biblioteca Municipal de Alcochete, com o tema "O Silêncio da Água". Esta exposição realizou-se no âmbito da RBAL - Rede de Bibliotecas de Alcochete.  
Os alunos, depois de lerem e trabalharem a obra na disciplina de Português e na disciplina de Educação Visual e Tecnológica produziram vários tipos de trabalhos relacionados com as artes plásticas - ilustrações, pinturas, esculturas e instalações.

Trabalhos realizados a partir do texto de Saramago






sábado, 23 de fevereiro de 2013

Conto da Ilha Desconhecida

Neste ano do Mar , celebrado pela UNESCO e pelo PNL, este texto de Saramago é indicado, sobretudo, para o 3º ciclo. Porquê? Porque, num único conto, o autor  reúne as características do conto tradicional (texto narrativo curto, espaço e tempo indeterminados, poucas personagens, a moralidade), com a presença de elementos simbólicos, como a  água, o barco e o sonho. O poder surge  retratado na imagem do rei que recebe a informação de forma indireta e decide, sem falar com os seus súbditos...Afastado dos cidadãos, preocupa-se com coisas supérfluas, com os "obséquios". O homem, sem nome, que pede o barco, não sabe navegar no mar, mas talvez saiba "navegar na vida". E é  isso que vai provar, na companhia da mulher da limpeza. Uma viagem iniciática, em direção ao conhecimento do amor e da vida, a uma Ilha Desconhecida que só existia na sua imaginação. O Barco tornou-se na ilha que procuravam, no espaço tão ansiado.Teria de existir uma mulher, nesta viagem. Uma mulher forte e determinada. Para que o homem se sentisse acompanhado, nesta descoberta de si mesmo e da natureza. 

Este conto traduzido em várias línguas, já foi dramatizado em Portugal e no estrangeiro. Nas escolas, tem sido alvo de trabalhos de ilustração, como se pode verificar neste exemplo:

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um Caderno para Saramago

As REDES SOCIAIS

Este texto que se segue aparece na Fundação Saramago e explica a forma como o escritor se iniciou nestas coisas das redes sociais.

Disseram-me que reservaram para mim um espaço no blogue e que devo escrever para ele, o que for, comentários, reflexões, simples opiniões sobre isto e aquilo, enfim, o que vier a talhe de foice. Muito mais disciplinado do que frequentemente pareço, respondi-lhes que sim, senhor, que o faria desde que não me fosse exigida para este Caderno a assiduidade que a mim mesmo havia imposto nos outros. Portanto, pelo que isso possa valer, contem comigo.
José Saramago

A 17 de Setembro de 2008, José Saramago iniciava a escrita do seu blogue com um texto sobre Lisboa, intitulado “Palavras para uma Cidade”.
Um ano depois, o Escritor despedia-se deste seu espaço na “página infinita da Internet” para poder dedicar-se à escrita de um novo livro, deixando em aberto regressos esporádicos ao sabor da actualidade, sobre a qual, e com tanta acutilância, escrevia. O Caderno continuou a ser actualizado com textos retirados da obra de Saramago e posteriormente do livro José Saramago nas Suas Palavras, organizado por Fernando Gómez Aguilera, um “dicionário literário, pessoal e ideológico elaborado a partir de palavras do autor publicadas na imprensa escrita”.
A 2 de Junho de 2010, duas semanas antes da sua morte, Saramago voltava pela última vez ao Caderno para agradecer a Henning Mankell a sua participação na frota da liberdade atacada por Israel a caminho da Faixa de Gaza.
Os textos d’O Caderno de Saramago foram editados em livro, tendo sido publicados até agora em Portugal e Brasil, Espanha (espanhol e catalão), América Latina, Alemanha, Estados Unidos da América, Grécia, Holanda, Itália, Reino Unido, Roménia e Turquia.
Ao longo destes três anos, O Caderno de Saramago contabiliza já mais de 5 milhões de visitas.
Obrigado, Saramago!

Fundação José Saramago


"Palavras para uma cidade":

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A revista "Blimunda"



  (Exemplos de capas de algumas revistas)

A Fundação José Saramago publica esta revista mensal, com o nome da personagem feminina de Memorial do Convento, desde 2007, com o objetivo de defender e promover a cultura nas suas mais diversas formas. São referidos autores que é preciso relembrar - tal como Michel Giacometti , neste nº de fevereiro de 2013 - e publicam-se textos sobre Saramago (de críticos, outros escritores...). Dá-se também oportunidade à literatura estrangeira e portuguesa mais atual. Viajamos por lugares e pela memória desses lugares. A secção infantil e juvenil também é muito interessante.
Agora a revista existe em versão digital, acompanhando estes tempos. É só preciso subscrever e pronto.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Blimunda e Baltasar

Hoje, foi Dia dos Afetos, no Agrupamento de Escolas de Alcochete. Dia de S. Valentim, Dia dos Afetos. Com muitas atividades: mural dos Afetos; entrevista intergeracional; leituras diversas.

Os alunos do 12º ano, do Curso Profissional de Marketing e de Informática tinham acabado de ler sobre a relação amorosa entre o rei D. João V e a rainha (Memorial do Convento). Riram-se bastante da descrição inicial...depois, a professora que já tinha analisado esta vertente, relacionando-a com o livro e filme acabadinhos de ver "Crónica do Rei Pasmado" de Gonzalo Torrente Ballester, leu com eles o início da relação amorosa entre Blimunda e Baltasar, vozes dos mais humildes, do povo: um homem destroçado e uma mulher diferente. Ambos com um sonho. E sem receio de viverem livremente a relação amorosa, pois quem se conhece num auto de fé, nunca mais terá medo de viver, de amar...de voar e de morrer.


Ilustração de Ana Kiã Moraes


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Poeta? Os Poemas Possíveis


Pintura de Carlos Reis
Li um dia que Saramago escreveu também alguns poemas. Tive curiosidade e encontrei esse livro: Os Poemas Possíveis. Com os alunos costumamos ler este poema, no 9º ano. Depois de lermos a Partida de Belém, da Praia das Lágrimas,no canto IV, de Os Lusíadas, surge esta personagem, o Velho do Restelo, voz contrária aos Descobrimentos, ao progresso (para alguns). Saramago agarra a personagem e decide utilizá-la como voz de uma sociedade injusta e descontente. Uma mensagem atual!


Fala do velho do restelo ao astronauta 

Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.


No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme



(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Tiago Albuquerque


José Saramago representado por Tiago Albuquerque   


Tiago Albuquerque nasceu, em Lisboa, em 1982. Licenciado em Artes Plásticas na variante de Escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, Tiago Albuquerque completou a sua formação no Centro de Arte e Comunicação Visual - Ar.Co, onde fez o curso de Banda Desenhada/Ilustração. Esta aprendizagem marcou o seu registo – ou diversidade de registos – enquanto ilustrador e capista de livros para crianças e jovens, sendo visível a influência da estética da banda desenhada e do cartoon. No seu trabalho com a imagem digital, prefere quase sempre uma paleta de cores reduzida, explorando um simbolismo geométrico que reverte para a simplicidade das formas. No âmbito da ilustração editorial, tem colaborado com o jornal i, entre outras publicações na imprensa. Realizou o filme de animação Diário de uma Inspectora, com argumento de João Paulo Cotrim, e My Music, com argumento de Luísa Costa Gomes. Também é autor de capas para discos, o que não surpreende, dado que toca em seis bandas diferentes: Voodoo Marmalade, Soaked Lamb, Lousy Guru, Muri Muri, Rage Messengers e Capitães da Areia.

Fontes consultadas:
http://www.portugalbologna2012.com/Tiago-Albuquerque