quinta-feira, 7 de março de 2013

Viagem

Quase no final desta viagem, vamos falar de  outra viagem com o livroA Viagem do elefante. Uma viagem a um século de ouro da História de Portugal que Saramago retrata de forma irónica. O elefante Salomão, ou Solimão, viaja de Lisboa a Viena; as tropas e o tratador têm de conseguir pô-lo lá vivo. Ao longo da viagem, por terra e por mar, as personagens ganham e perdem importância, tal como nós na nossa vida...umas vezes com mais importância, outras vezes, com menos - aos olhos dos outros e até aos nossos próprios olhos. Pela voz de Subhro, o cornaca ou tratador de elefantes, conhecemos algumas características especiais dos elefantes, como a sua sensibilidade, inteligência e meiguice. E também vemos a reação das pessoas face ao animal que, no fim, depois de esquecido e morto, se transforma em alguns objetos de decoração, de gosto duvidoso.
Numa perspetiva histórica e partindo de um facto real- a oferta do paquiderme asiático feita pelo rei D. João III ao arquiduque Maximiliano II que será o futuro genro do imperador Carlos V da Áustria -, o escritor desvenda questões como as crenças, a intolerância, a persistência, a fama e a morte.

A escrita deste livro germinou durante 10 anos (a ideia nasceu em Salsburgo, num restaurante chamado "Elefante") e foi interrompida com a doença do escritor que só o  concluiu, em 2008. A curiosidade relativa ao livro é que serve de exemplo do processo criativo de Saramago, no documentário José e Pilar, realizado nessa altura. O autor escrevia este romance (ou conto, como lhe "chama").
 
Em algumas escolas, este livro é lido no Ensino Secundário... e os alunos devem escolher uma imagem que ilustre a parte da obra que mais gostaram para falarem um pouco do livro. Eu vou escolher esta imagem pelas razões já referidas.

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